ALCONPAT Int.
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Boletín Técnico 04
ainda multiplicados por coeficientes de segurança
(majoração para ações e minoração para matériais),
de modo a terem em conta as imprecisões dos
modelos de análise ou dos processos construtivos,
adotando-se então na verificação da segurança os
valores de projeto A
d
e R
d
. A segurança estrutural,
convencional e consensuada, é assim uma
comparação entre o efeito das ações A
d
e a resistência
dos materiais R
d
, de modo a garantir que no período
de referência se tem, conforme Equação 2:
A
d
< R
d
(Eq.2)
Nos códigos estruturais, este tipo de análise
corresponde a níveis de segurança para o período
de referência a uma probabilidade de ruptura da
ordem de 7x 10
-5
, ou seja, correspondendo a um
índice de fiabilidade
b
=3,8
(ENV 1991-1, 1999;
LITZNER, 1999)
, de acordo com a Equação 3.
(Eq. 3)
Na Equação 3,
F
corresponde a distribuição
normal, com valores médios de
m
S
=
m
R
-
m
A
e
variância de
s
S
= (
s
R
2
+
s
A
2
)
0,5
.
Em síntese, a segurança estrutural dos códigos
estruturais define níveis de segurança através de
valores característicos de ações e de resistências,
associados a um período de referência, ou seja, a
uma Vida Útil Estrutural, que é habitualmente de
50 anos, para as construções correntes.
Não havendo alterações das propriedades dos
materiais, o que se passa ao fim de 50 anos, ou seja,
no fimdaVidaÚtil Estrutural? - Aponte obviamente
não cai, mas a sua probabilidade de colapso começa
a aumentar, já que os valores característicos das
ações (em particular nas ações variáveis, como o
sismo, vento, etc.) para períodos mais longos são
também maiores. Em síntese, passados 50 anos a
ponte começa a ter níveis de segurança “ilegais”, ou
seja, superiores aos que os códigos definem.
Infelizmente, a equação da segurança estrutural
(Equação 1) não é constante durante a Vida Útil
Estrutural, já que ocorrem tipicamente variações
das resistências dos materiais.
De fato os problemas da durabilidade dos
materiais estruturais são os mais importantes e
correspondem em geral à deterioração do concreto
ou à corrosão das estruturas metálicas ou das
armaduras de concreto armado. Estas situações, se
nada for feito, conduzem a uma redução dos níveis
de segurança ao longo da Vida Útil Estrutural.
De modo a garantir que os níveis de segurança
estrutural da fase de projeto não sejam afetados
2.2 A Degradação dos materiais
pela degradação dos materiais e se mantenham
até ao final da Vida Útil Estrutural, surgiram nos
últimos anos recomendações de durabilidade em
códigos, ou seja, surgiu o conceito de Projeto de
Durabilidade.
Hoje, os códigos
(NV206-1, 1999)
, além das
ações e da resistência dos materiais, definem
especificações para os materiais e para os processos
construtivos, que garantem que em termos de
durabilidade se mantenham os mesmos níveis de
segurança estrutural no final da vida útil, ou seja,
para vidas de cerca de 50 anos, garantindo assim a
Vida Útil Estrutural correntemente aceita. Estas
Figura 4. Deterioração de concreto armado
(foto de Fernando Branco)
.
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