ALCONPAT Int.
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Boletín Técnico 04
determinadas localizações, onde estes ficam sob
a ação dos fatores de degradação presentes, os
quais devem ser monitorizados e registados ao
longo da duração do ensaio. Este tipo de ensaio
pode assumir durações variadas (de meses a anos),
de acordo com os objetivos pretendidos. É aqui
considerado como um ensaio de curta duração, pois
pode ser utilizado como tal se o local de exposição
utilizado for escolhido por apresentar intensidades
e/ou frequências acima da média (ou acima das que
se verificarão nas condições reais de serviço) para
um dado fator de degradação. Nestas situações, e
apesar de as durações típicas dos ensaios serem
superiores às dos ensaios laboratoriais acelerados,
na realidade o que se pretende é acelerar os
mecanismos de degradação para reduzir o tempo
do ensaio, por intermédio de uma exposição dos
espécimes a agentes de degradação com intensidade
superior à que ocorrerá em condições de serviço.
Um exemplo clássico deste tipo de ensaios
foram os realizados em Miami, Florida, EUA,
caracterizada pelos elevados níveis de radiação UV,
umidade e temperatura
(MARTIN Et AL., 1994;
JOHNSON ET AL., 1996).
Exemplos de outros
locais que foram utilizados este tipo de ensaio é
Wittman, Arizona, EUA, ou Hoek Van Holland, nos
Países Baixos, este último caracterizado pelo seu
ambiente misto marítimo e industrial (
JOHNSON
ET AL. 1996).
Estes ensaios têm a vantagem de testar os
materiais sob condições de exposição reais com um
grau de aceleração inferior, o que permite reduzir os
riscos associados aos ensaios acelerados no que se
refere a utilidade prática dos dados que produzem.
Porém, apesar de aqui serem apresentados como
ensaios de curto prazo, os períodos de ensaio poderão
ser demasiados longos, quando se pretende obter
rapidamente informações sobre o desempenho de
um dado material ou componente.
No entanto, existem métodos que se baseiam
no estudo de dados a longo prazo, pretendendo-
se observar a degradação real dos materiais
e componentes quando expostos em condições
de serviço. Assim é possível eliminar o risco de
ocorrência de mecanismos de degradação artificiais,
e torna-se também possível analisar diretamente
o desempenho dos materiais quando expostos às
verdadeiras condições de serviço. Deste modo,
observam-se as verdadeiras taxas de degradação,
ao invés de taxas de degradação acelerada.
Existem quatro abordagens básicas para a
obtenção de dados de degradação com estudos de
longo prazo: i) ensaios de campo a longo prazo, ii)
inspeção de edifícios em serviço, iii) utilização de
edifícios experimentais e iv) exposição de espécimes
em serviço
(SJÖSTRÖM ET AL., 1991; ISO, 2000).
Os ensaios de campo podem ser concebidos e
utilizados como estudos de longo prazo. Quando
os fatores de degradação utilizados e os seus
respectivos níveis (intensidade, frequência, etc.)
são semelhantes aos encontrados em condições de
serviço, estes ensaios inserem-se na categoria dos
ensaios de longo prazo, uma vez que a degradação
que irá ser observada é semelhante à que ocorrerá
em serviço.
Os ensaios de campo podem ser conduzidos nos
locais onde os materiais ou componentes irão ser
colocados em serviço, ou em locais com condições de
exposição muito semelhantes.
A inspeção de construções em serviço consiste
na observação de edifícios reais que não foram
inicialmente concebidos para utilização em estudos
de previsão da vida útil. Podem ser inspecionados
materiais ou componentes específicos, obtendo-se
informação relativa à verdadeira degradação que
ocorre nas condições de exposição em serviço.
Quando são utilizados edifícios experimentais,
existe tambémuma abordagembaseada na inspeção
de edifícios. A grande diferença para o caso anterior
consiste no fato de existir um controle muito maior
sobre todas as condições experimentais. Os edifícios
experimentais são concebidos com o intuito de
incorporar e expor materiais ou componentes
específicos em condições de serviço. Assim, é
possível conhecer exactamente quais os materiais
ou componentes em estudo, as suas características,
as suas condições de aplicação e a idade destes a
qualquer momento. Adicionalmente, é possível
monitorar, a partir do momento de início do ensaio
e até a conclusão deste, as condições de exposição
e os fatores de degradação considerados relevantes
para a situação em estudo.
Finalmente, a exposição de espécimes em
serviço consiste na incorporação de materiais ou
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