ALCONPAT Int.
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Boletín Técnico 04
Funcional e representa a base de análise de todos
os investimentos na construção.
Nestes mesmos investimentos, o papel dos
engenheiros é conceber, construir e manter
construções que garantam a sua segurança
estrutural e as condições de utilização durante
um período que deve ser maior ou igual à Vida
Útil Funcional, e que se designa por Vida Útil
Estrutural. A Vida Útil Funcional pode garantir
a rentabilidade do investimento, enquanto que
a Vida Útil Estrutural assegura que a estrutura
suporta essa situação pelo menos durante aquele
período (
ANDRADE 1992; RINCON 1997;
TUTIKIAN 2011).
A Fig. 1 ilustra uma ponte romana com 2000
anos, ou seja, uma grande Vida Útil Estrutural.
Em síntese, conclui-se que nas construções há
dois conceitos de Vida Útil, um funcional e outro
estrutural, e percebe-se que a Vida Útil Estrutural
deve ser sempre maior que a Vida Útil Funcional,
ou seja, os investimentos devem ser recuperados
em períodos inferiores aos da vida estrutural. Veja-
se então como se deve considerar em projeto estes
dois períodos, começando pela análise da Vida Útil
Funcional.
Para se definir em projeto a Vida Útil Funcional,
é necessário realizar estudos econômicos da
rentabilidade da construção. Como se disse
no caso de uma ponte essa rentabilidade está
essencialmente associado à velocidade e ao volume
de tráfego que a estrutura pode suportar. A Vida
Útil Funcional está assim basicamente ligada com
o número de vias rodoviárias que existem na ponte,
ou seja, com a sua largura, assim como ocorre nas
estradas. Tal é estimado na fase de projeto com
base em estudos de tráfego.
Durante a vida útil da obra, se o volume de
tráfego começar a aumentar, a sua velocidade
média diminui, até se atingir eventualmente uma
saturação máxima (cerca de 22.100 veículos, por
hora e por via, correspondendo a cerca de 10%
do valor médio global diário). Quando este valor
máximo é atingido, a velocidade e o volume de
tráfego decrescem abruptamente, reduzindo-se os
benefícios funcionais e econômicos.
Nestas situações, tal como em estruturas
convencionais, pode-se realizar a reabilitação
funcional da ponte. Estas podem mesmo estar
concebidas, desde a fase de projeto, tendo uma
largura total de tabuleiro que permita a introdução
de vias adicionais pela simples alteração da largura
2. Projetar para a vida útil funcional
Figura 1. Ponte romana com 2000 anos
(foto de Fernando Branco).
Figura 2. Reabilitação funcional de uma ponte.
(Fonte: Refer 1999).
a) tabuleiro inicial;
b) tabuleiro reabilitado
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