ALCONPAT Int.
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Boletín Técnico 04
curvas de degradação, que simulam a evolução
da degradação com o avanço do tempo em serviço
dos componentes, sendo utilizadas para esse
efeito as curvas de Gompertz, sendo que a cada
idade do componente corresponde um valor de
extensão das anomalias. Por sua vez, os modelos
estocásticos permitem enriquecer as previsões
obtidas, associando a cada nível de degradação uma
probabilidade de ocorrência para uma determinada
idade do componente. As Cadeias de Markov foram
a metodologia aplicada para a utilização de métodos
probabilísticos para estimativa da vida útil.
Como exemplo apresenta-se um estudo realizado
sobre a degradação das pinturas em construções
antigas
(GARRIDO, 2010)
em que com base na
inspeção de 100 edifícios se analisou a influência
de cinco fatores:
i) espessura da película, ii)
aglomerante da tinta, iii) textura da película, iv)
preparação do substrato e v) orientação solar, no
descasque das tintas quantificado em função da
percentagem da área de tinta descascada.
Figura 8. Registos fotográficos de fachada.
A degradação das tintas foi analisada recorrendo
a curvas do tipo Gompertz o que conduziu às curvas
de previsão da vida útil. A título de exemplo, a
comparação entre o comportamento de tintas com
espessura até 400 μm (nível 1) ou maior que 400
μm (nível 2), conduziu aos resultados apresentados
na Fig. 9.
Apesar da dispersão dos resultados a análise
mostra que as tintas mais espessas apresentam
um comportamento melhor, com cerca de 5 anos
adicionais de comportamento sem descasque. Pode-
se também observar que as tintas com espessura
menor suportam cerca de 25 anos sem descasque.
Na Fig. 10 são apresentados resultados
semelhantes para a influência da orientação solar
no descasque de tinta da pintura de fachada. É
possível observar que não existe uma influência
evidente da orientação solar no tempo necessário
para a iniciação do descasque, sendo que para
todas as orientações as curvas obtidas apenas
indicam a iniciação do descasque decorridos cerca
de 20 anos após aplicação da pintura. No entanto,
após essa iniciação da anomalia, as pinturas de
fachadas orientadas a Norte apresentam uma
evolução claramente menos gravosa face às
pinturas de fachadas orientadas a Oeste, assim
como às fachadas orientadas a Sul e Este. Este é
um resultado consistente com a maior exposição
à radiação UV a que os materiais estão sujeitos
nestas últimas orientações solares face à primeira.
As equações das curvas apresentadas nas Figs.
9 e 10 (Curvas de Gompertz – G) são apresentadas
nas Tabelas 4 e 5, respectivamente.
A evolução da degradação apresentada permite
definir o fim da vida útil aceitável (percentagem
máxima de descasque) e assim fazer-se previsões
para as operações de manutenção. Esta técnica
permite para qualquer tipo de degradação:
• modelar e quantificar o desempenho dos
materiais;
• modelar e quantificar os fatores de degradação;
• analisar os fatores de degradação que afetam
a vida útil;
• modelar e quantificar os níveis de degradação;
• obter um método determinístico para prever a
vida útil;
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