ALCONPAT Int.
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Boletín Técnico 06
A chegada de cloretos nas proximidades da
armadura, por si só, não representa o início do
processo de corrosão. É necessário que estejam
em quantidade suficiente para desencadear o
processo corrosivo. Essa quantidade, conhecida
como limite crítico de cloretos, depende de uma
6.3 Teor crítico de cloretos
série de variáveis. Este Item seção aborda o tema
considerando que esse parâmetro depende de
aspectos relacionados ao ambiente, aos materiais e
à interface aço-concreto (vide Quadro 1), o que pode
gerar uma extensa variação desse parâmetro.
Interface com o aço
Fatores relacionados com o concreto
Fatores externos
Materiais cimentantes
Barreira representada pelo
concreto
Vazios / falhas
Quantidade de C3A
Cura
Quantidade de umidade
Oxidação prévia
pH
Relação água / cimento
Variações de umidade
Cinza Volante
Espessura do cobrimento
Concentração de oxigênio
Escória
Fonte de íons cloreto
Sílica Ativa
Tipo de cátion que acompanha
o íon cloreto
Teor de Aglomerante
Temperatura
Quadro 1. Fatores que influenciam o limite crítico de cloretos, em % em relação à massa de aglomerante
(GLASS & BUENFELD, 1997b)
.
Não é objetivo deste Item discutir, ponto
a ponto, as variáveis que influenciam no teor
crítico de cloretos, mas apresentar este cenário
de variabilidade, bem como indicar os valores
referenciais mais aceitos.
As variáveis relacionadas à interface aço-concreto
dizem respeito à possibilidade de acúmulo pontual
de cloretos em um local específico dessa interface
ou de falhas na formação da película passivadora.
Os fatores relacionados ao concreto agrupam
influências relacionadas ao potencial alcalino
da matriz, à capacidade de fixação de cloretos à
microestrutura do concreto, bem como em relação à
estabilidade das condições no entorno da armadura.
As variáveis relacionadas a fatores externos dizem
respeito ao tipo de cloreto envolvido (tipo de cátion
associado) e à sua forma de penetração no concreto,
às reações de corrosão e o seu controle catódico, em
função da presença de oxigênio, às condições de
umidade no entorno da armadura e sua flutuação
e às características da edificação em relação ao seu
entorno
(CASTRO, RINCÓN & FIGUEIREDO,
2001).
Além das influências anteriormente relatadas,
há que acrescentar-se a diversidade de métodos
empregados para identificar a despassivação da
armadura e posterior identificação do teor crítico
de cloretos (vide Quadro 2), bem como a variedade
de procedimentos empregados na definição da
extensão e na extração das amostras das matrizes
sólidas empregadas na determinação do teor crítico
de cloretos.
Condições
Referência Ambiente
Valores ou intervalos do teor crítico de
cloretos
Método de detecção da
despassivação
Cl
-
livres
(%de cim.)
Cl
-
totais
(%de cim.)
[Cl
-
]/[OH
-
]
Soluções simulando
concreto
Haussman
(1967)
Solução
0,60
Medidas de potencial e
inspeção visual
Polarização anódica,
medidas de potencial
e inspeção visual
Gouda (1970)
Solução
0,35
Polarização anódica,
medidas de potencial e
inspeção visual
Quadro 2. Limites críticos de cloretos para começar a corrosão - dados da literatura.
(Adaptado de ALONSO et al., 2000).
Continua...
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