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Boletín Técnico 06
A capacidade de fixação de cloretos na matriz
de concreto é um aspecto que pode retardar a
chegada de cloretos no nível da armadura. Essa
ação de fixação está fortemente relacionada com
a quantidade de aluminatos na matriz. Nesse
sentido,
Rasheeduzzafar et al. (1990)
mostraram o
efeito da concentração de C
3
A no cimento sobre o
período de iniciação da corrosão (vide Quadro 3).
Quadro 3. Acréscimo de tempo para iniciar a corrosão em função do teor de C
3
A
(RASHEEDUZZAFAR et al.,1990).
Teor de C
3
A
% de cloretos livres
Acréscimo de tempo para iniciar a
corrosão
2 %
86 %
Referência
9 %
58 %
1,75 vezes
11 %
51 %
1,93 vezes
14 %
33 %
2,45 vezes
As condições de interação ambiente-estrutura
dizemrespeito à como a estrutura reage às condições
ambientais que a circunda, bem como à forma de
contato do agente agressivo com a estrutura.
As condições de umidade no ambiente se
refletem nas condições de umidade na rede porosa
da matriz de concreto, com reflexos na velocidade
de carbonatação e no transporte dos íons cloreto.
Considerando o fenômeno de carbonatação, se os
poros estiverem secos, o CO
2
penetra no concreto,
7.3 Condições de interação ambiente – estrutura
mas a carbonatação não ocorre, pois falta água para
as reações se processarem. Se os poros estiverem
saturados, a carbonatação fica comprometida pela
baixa velocidade de difusão do CO
2
na água (10
4
vezes mais baixa que no ar). Se os poros estiverem
parcialmente preenchidos por água, o que é
comum nos concretos de cobrimento, a frente de
carbonatação avança até onde os poros mantêm
essa condição favorável (vide Fig. 15).
Figura 15. Representação esquemática da difusão de CO
2
nas situações de poros secos (a), poros parcialmente preenchidos por água (b) e
poros saturados (c)
(BAKKER, 1988)
.
A faixa de 50 % a 80% de umidade relativa é
a faixa na qual as condições para a carbonatação
são mais favoráveis
(VENUAT & ALEXANDRE,
1969; PARROTT, 1987).
Com o avanço da frente de
carbonatação e a presença das condições ambientais
necessárias para o desenvolvimento da corrosão,
esta se dá de forma generalizada
(GONZÁLEZ &
ANDRADE, 1984)
. Isso ocorre porque, com o avanço
da frente de carbonatação, há uma desestabilização
da película ao longo da zona onde o pH decresce e
o aço se corrói de forma distribuída na extensão da
zona carbonatada
(ANDRADE, 1988).
Nesse sentido, ambientes com baixo ou elevado
índice de umidade relativa contribuem para uma
baixa velocidade de carbonatação e, portanto, para
um maior período de iniciação da corrosão. Esse
comportamento pode ser visualizado através da
Fig. 16, que relaciona o grau de carbonatação com a
umidade relativa ambiental.
No que se refere ao transporte de cloretos,
menores teores de umidade favorecemao transporte
por absorção capilar, enquanto que umidades
próximas da saturação favorecem ao transporte por
difusão. Nesse último caso, o transporte tende a ser
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