ALCONPAT Int.
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Boletín Técnico 10
é de 1,5 milhões e incremento anual de 150
mil unidades residenciais
(MEJIA, DUER
& QUERETARO, 2011).
Com tanta demanda, o setor da construção
civil vem alcançando seguidos recordes e, assim,
vem ocupando, nos últimos anos, uma posição
de destaque, contribuindo significativamente
com o desenvolvimento econômico e social da
América Latina.
A Câmara Brasileira da Indústria da Construção
(CBIC), em 2010, registra que o crescimento do
setor teve o resultado mais expressivo dos últimos
24 anos, tendo o PIB da construção civil chegado
a 11,6%, enquanto o PIB nacional alcançava 7,3%
(CBIC, 2011). Já na Argentina a construção
civil também conseguiu superar bem a crise. Em
2010, o PIB do setor cresceu 10% com relação a
2009 e as perspectivas continuam boas para os
anos subsequentes.
Os últimos registros de desempenho não
favorável das empresas no Brasil, ainda de acordo
com a CBIC (2011), remontam a fevereiro de 2009,
quando o país ainda se recuperava dos efeitos da
crise financeira mundial. Desde então, as avaliações
de desempenho passaram ao campo positivo e
assim permanecem, mesmo com as dificuldades
enfrentadas pela escassez de mão-de-obra.
Nos próximos anos, tanto a copa do mundo
de futebol em 2014 como os jogos olímpicos de
2016 no Rio de Janeiro, geram expectativas de
um crescimento ainda maior do setor, uma vez
que, além da construção, ampliação e reforma de
parques esportivos, a realização dos eventos exige
um conjunto de obras complementares, tais como
a construção e melhoria de aeroportos, estradas,
obras de mobilidade urbana, entre outras. No
caso da copa os investimentos esperados devem
ultrapassar os 15 bilhões de dólares.
Diante desta realidade de crescimento e
mudança acelerados, é vital que as empresas
de construção civil, apontadas em pesquisas
recentes como as que menos investem em ações
sociais e, tradicionalmente, consideradas vilãs
no quesito meio-ambiente, estejam dispostas a
oferecer produtos e serviços de qualidade, mas que
preservem o meio ambiente e contribuam para o
desenvolvimento social.
2. Conceitos e histórico
2.1 Conceitos
Responsabilidade social é definida pela
ABNT NBR 16001:2004
como a relação
ética e transparente da organização com
todas as suas partes interessadas, visando o
desenvolvimento sustentável.
Este conceito foi amplamente difundido e
aceito pela conferência da Organização das
Nações Unidas (ONU), no Rio de Janeiro, em
1992. Muitas das atividades associadas com a
responsabilidade social refletem, portanto, as três
dimensões da sustentabilidade: economia, meio
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O Instituto Ethos de empresas e responsabilidade social é uma organização não governamental criada com a missão de mobilizar,
sensibilizar e ajudar as empresas a gerir seus negócios de forma socialmente responsável, tornando-as parceiras na construção de
uma sociedade sustentável e justa (
)
ambiente e sociedade.
O Instituto ETHOS
1
trata responsabilidade
social empresarial como uma forma de gestão
que se define pela relação ética e transparente
da empresa com todos os públicos com os quais
ela se relaciona e pelo estabelecimento de metas
empresariais que impulsionem o desenvolvimento
sustentável da sociedade, preservando recursos
ambientais e culturais para as gerações futuras,
respeitando a diversidade e promovendo a redução
das desigualdades sociais.
2.2 Histórico
Nos Estados Unidos e na Europa, de acordo com
ASHLEY et al. (2005)
, a ética e a responsabilidade
social corporativa eram aceitas como doutrina até
o século XIX, quando o direito de conduzir negócios
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