Responsabilidade Social na construção civil
Hênio F. F. Tinoco
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O Conselho da International
Organization
for Standardization (ISO)
– (Organização
Internacional de Normalização), após dois anos
de discussões, aprovou a elaboração da Norma
Internacional de Responsabilidade Social, a ISO
26000. Isso ocorreu logo depois de sua Conferencia
Internacional, em Estocolmo, em junho de 2004.
O Grupo de Trabalho de Responsabilidade Social,
responsável pela elaboração dessa norma, foi o
primeiro da ISO a ser coordenado em conjunto
por uma entidade normatizadora de um país
industrializado – o
Swedish Standards Institute
(SIS – Instituto Sueco de Normalização) – e outra
de um país “em desenvolvimento”, a brasileira
ABNT, que foi a vencedora dentre cinco outras
candidaturas apresentadas.
Assim, desde 15 de setembro de 2004, Brasil
e Suécia passaram a presidir e secretariar de
maneira compartilhada o Grupo de Trabalho sobre
Responsabilidade Social da ISO. Inaugurou-se,
com isso, o processo de elaboração da chamada
“terceira geração de normas de sistemas de gestão”,
após as séries da qualidade (ISO 9000) e do meio
ambiente (ISO 14000), adotadas por mais de 600
mil organizações em todo o mundo.
Contudo, diferentemente destas, a ISO 26000,
considerada um marco para a responsabilidade
social nas empresas, não é uma norma para
certificação, ou seja, ela serve como um guia
de diretrizes para todo tipo e tamanho de
organização que busque responsabilidade social e
sustentabilidade em suas ações, mas não servirá
como base para obtenção de selos e certificados de
responsabilidade socioambiental pelas empresas e
outras organizações.
CREDIDIO (2007)
comenta que com a
publicação da ISO 26000, a tênue linha que separa
o discurso corporativo socialmente responsável
das verdadeiras políticas e práticas empresariais
ganhe contornos mais acentuados, servindo as
diretrizes como parâmetro para a sociedade medir
a verdadeira atuação socioambiental das empresas,
uma vez que um dos principais objetivos da norma
é o de estabelecer um entendimento comum sobre
o que de fato significa responsabilidade social, a
fim de que as iniciativas duvidosas sobre o assunto
possam ser claramente resolvidas.
A ISO 26000 abrangerá três tipos de
princípios. Os primeiros, ou gerais, se aplicam
em todas as circunstâncias, como por exemplo,
respeito à lei, a convenções e a declarações
reconhecidas internacionalmente. Os princípios
do segundo critério, chamados substantivos,
são voltados a resultados e avanço de critérios
internacionalmente reconhecidos nas diversas
áreas da responsabilidade social. Por fim, os ditos
operacionais dizem respeito à natureza e qualidade
do processo, englobando inclusão,
accountability
,
transparência, materialidade e responsabilidade,
entre outros aspectos.
Tudo leva a crer que a ISO 26000 dará um novo
impulso às políticas e práticas de responsabilidade
social em todo o mundo, estimulando processos de
mudanças de comportamento em todos os níveis
da sociedade e, em especial, demonstrando às
empresas que é possível aliar desenvolvimento
sustentável com a manutenção do lucro.
5.8 International Organization for Standardization - ISO 26000
Considerações Finais
A indústria da construção civil moderna
e engajada, caminha, a igual que as demais
indústrias, na consolidação dos sistemas de
gestão da qualidade, na melhoria nos processos de
logística e de projetos com base na tecnologia da
informação, e se moldam às exigências do mercado
internacional quanto à sustentabilidade global.
Elas passaram a enxergar muito além dos seus
limites corporativos, produzindo mudanças de
atitude e de comportamento em prol da sociedade.
As empresas do setor de construção civil precisam
reconhecer o impacto de suas atividades e perceber
que a sua responsabilidade para com a comunidade
deve abranger sempre duas dimensões: social e
ambiental. Mais do que isso, têm que entender
que a responsabilidade socioambiental deve ser
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