Controle de resistência do concreto
Jéssika Pacheco & Paulo Helene
17
Figura 10. Extração de testemunhos cilíndricos de concreto da estrutura para avaliação da resistência potencial equivalente do concreto à
compressão.
à compressão obtido do controle de recebimento
realizado através de corpos de prova moldados;
b) permanecendo a insegurança estrutural,
proceder à inspeção “in loco”, preferencialmente
melhorando a avaliação através do uso de ensaios
simples tipo esclerometria, pacometria e ultrassom;
c) na
sequência
extrair
testemunhos
de acordo com a
ABNT NBR 7680:2007
(vide Fig. 10), e estimar o novo fck equivalente, de
acordo com a
ABNT NBR 12655:2006
;
Neste ponto a normalização brasileira ainda
é deficiente e não especifica, com detalhes claros,
como obter o
f
ck
equivalente a partir de ensaios em
testemunhos extraídos.
Os autores se propõem a redigir um texto
específico sobre como pode e deve ser realizada
esta transformação, ou seja, passar de um
f
ck,ext,j
a um
f
ck
equivalente para uma nova
verificação da segurança.
Em princípio utiliza-se coeficientes de correção
do resultado obtido da extração e ensaio, feito
a
j
dias de idade e muitas vezes sob carga, para
conduzí-lo a uma resistência equivalente à de um
corpo de prova moldado, rompido a 28 dias em
condições normalizadas e sem carga.
d) de posse desse “novo
f
ck,est
” confrontá-lo com o
f
ck
de projeto. Se atender, a investigação encerra-se
e aceita-se o concreto do ponto de vista estrutural;
e) caso ainda não atenda
f
ck
de projeto, utilizar na
nova verificação estrutural, para o caso dos estados
limites últimos (ELU), um
g
c
= 0,9*
g
c,original
. No
caso de verificação dos estados limites de serviço
(ELS) deve ser adotado
g
c
= 1,0, ambos conforme
disposto no item
12.4.1 da ABNT NBR 6118:2007
.
Outras normas internacionais recomendam ainda
reduzir
g
s
e
g
F
e ainda considerar valores de
g
c
da
ordem de
0,85*
g
c,original
.
Esta redução se justifica pelo fato deste concreto
extraído representar melhor a resistência efetiva do
concreto, ou seja, haver menos desconhecimentos
sobre a estrutura. Também só deve ser utilizado
se realmente houver inspeção da estrutura e
comprovação da qualidade de sua execução.
É evidente que o bom senso recomenda observar
excentricidade, nível, prumo, alinhamento,
armadura, estribos, bicheiras, etc. antes da
tomada final de decisão.
Permanecendo a não-conformidade, poder-se-ia
escolher entre as seguintes alternativas:
• determinar as restrições de uso da estrutura;
• providenciar o projeto de reforço;
• decidir pela demolição parcial ou total.
Considerações finais
Nestas considerações técnicas, abordou-se a
questão do controle, usando-se como exemplo e dando-
se ênfase à pragmática atualmente recomendada para
o Controle de Aceitação do concreto no Brasil, que é
uma comprovação indispensável e obrigatória em
qualquer obra.
No entanto, é através do Controle Tecnológico
– que será objeto de futura consideração técnica
– que fica ressaltada ainda mais a importância da
atuação dos Tecnologistas de Concreto e de materiais
junto às obras de construção civil.
A reformulação contínua dos traços com vistas à