Controle de resistência do concreto
Jéssika Pacheco & Paulo Helene
5
outra porção específica de concreto, pertencente ao
concreto proveniente do volume do terço médio do
balão do caminhão betoneira.
Os autores deste artigo recomendam retirar
essa porção do último terço do volume total desse
balão. Do ponto de vista físico ou de engenharia de
concreto, tanto faz. Do ponto de vista matemático,
retirar concreto do volume correspondente ao terço
A moldagem ou preenchimento dos moldes deve
atender um procedimento rigoroso que no Brasil
está descrito na
ABNT NBR 5738:2003 Concreto.
Procedimento para moldagem e cura de corpos-de-
prova
. Em princípio, cada molde cilíndrico de 10cm
por 20cm deve ser preenchido em duas camadas,
com 12 golpes por camada, quando o adensamento
é feito com soquete manual, ou em uma camada
quando se utilizam vibradores eletro-mecânicos
com diâmetro da agulha de, no máximo, 25mm.
Para concretos autoadensáveis (SCC) é dispensado
o adensamento mecânico e o manual pode ser leve.
Mantém-se os corpos de prova em câmara úmida
[UR ≥ 95% e
q
= (23 ± 2)°C] até a idade de ensaio,
devendo ser rompido “saturado”. (vide Fig. 1a)
central é mais representativo.
Porém, do ponto de vista de reduzir o risco de erro
humano, retirar concreto do terço final significa
inibir até esse final que seja lançada água em
excesso no balão, ou seja, reduz o risco humano de
haver distorção premeditada e intencional no traço
que prejudique a qualidade original do concreto
(Helene, 2012)
.
Para o ensaio de ruptura deve ser atendido,
no Brasil, o método
ABNT NBR 5739:2007
Concreto. Ensaios de compressão de corpos-de-
prova cilíndricos,
observando-se muito cuidado
com a preparação dos topos dos corpos de prova,
sendo ideal a chamada “retificação” dos topos
(vide Fig. 1c).
Por razões sustentáveis é aconselhável não mais
usar pasta de base enxofre, e, por dificuldades
operacionais, também não usar argamassa ou
pasta de cimento. Também deve-se evitar usar
neoprene, escovas ou outros produtos e artifícios
equivalentes ainda não considerados nas normas e
que, via de regra, reduzem a resistência potencial
do concreto, comparativamente ao procedimento
com topo retificado e aderência entre o topo e o
prato da prensa.
Outro cuidado é o ajuste da velocidade de carga
que muda segundo o diâmetro do corpo de prova e
que deve estar dentro dos limites especificados pelo
método, sendo que velocidades muito rápidas podem
aumentar falsamente a resistência e velocidades
muito lentas reduzí-las.
O resultado do ensaio de compressão axial é
indicado com a notação
f
ci
, e normalmente expresso
em MPa (cerca de 10 kgf/cm
2
ou 1 N/mm
2
ou 145psi)
O ideal é que todos os ensaios sejam realizados
por Laboratórios competentes e supervisionados
por um sistema de qualidade tipo os pertencentes
à RBLE – Rede Brasileira de Laboratórios de
Ensaios – acreditados para essa finalidade. A RBLE
é um conjunto de laboratórios credenciados pelo
INMETRO, segundo os requisitos da norma
ABNT
NBR ISO/IEC 17025,
considerados habilitados
para a realização de serviços de ensaios.
O credenciamento estabelece mecanismos para
comprovar que os laboratórios empregam um
sistema de qualidade; que possuem competência
técnica, que tenham laboratoristas certificados pelo
INMETRO / IBRACON(
Carromeu, 2012
).
A eficiência das operações de ensaio é decisiva
para a obtenção de um valor confiável e que possa ser
tomado como característico de certo lote de concreto.
Um capeamento insatisfatório dos topos dos
corpos de prova ou um adensamento deficiente
poderão reduzir em até 50% o valor da resistência
à compressão do concreto de um certo corpo de
prova
(Helene, 1987)
.
As operações de ensaio estão estabelecidas para
obter a máxima resistência potencial daquele
concreto. Essas operações são consideradas amelhor
forma de adensar, sazonar e ensaiar um concreto e,
3. Moldagem dos corpos de prova
4. Ensaio de resistência
1,2,3,4,5 7,8,9,10,11,12,13,14,15,16,...20