ALCONPAT Int.
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Boletín Técnico 08
A partir dos valores apresentados na Tabela
1, pode-se observar que sempre que
a
=
a/c
, a
resistência à compressão desse concreto arbitrário
alcança valor da ordem de 22MPa.
Em outras palavras, significa dizer que, do
ponto de vista da resistência à compressão, quando
o concreto atingir uma resistência por volta de
20MPa, as operações de cura (que manteriam
a/c
)
já não serão mais tão relevantes para o crescimento
da resistência do concreto.
Deve ser lembrado que tal fato ocorre justamente
nas primeiras idades dos concretos de elevado
desempenho, assim como recordar que aos 28 dias
de idade um concreto em ambiente usual de 16ºC a
32ºC terá grau de hidratação do cimento da ordem
de 70%
(Andrade, 2010)
.
Cabe observar também que para essas
resistências à compressão deve corresponder uma
resistência à tração suficiente para resistir à
maioria dos esforços usuais de retração hidráulica.
Portanto, se o objetivo for exclusivamente
resistência, os concretos deveriam ser muito bem
curados, ou seja, impedidos de perder água até
que sua resistência à compressão seja da ordem de
22MPa, ou seja, acima de 20MPa.
Essa é uma regra prática e muito eficaz
que usa a linguagem do operário e engenheiro
de obra, porém outros fatores devem ser
considerados, principalmente os de durabilidade
e aspecto superficial.
4. Afinal qual deve ser o período ou tempo de cura a ser adotado para
as estruturas de concreto visando apenas a resistência?
Para responder a esta questão, que tem sido
motivo de constante preocupação de engenheiros e
construtores, será necessário estimar como cresce a
resistência do concreto com o tempo (idade).
Esse crescimento depende, em princípio, de 3
fatores fundamentais:
l
A relação água/cimento
(a/c)
;
l
O grau de hidratação do cimento;
l
O tipo de cimento a ser utilizado na produção
do concreto.
O modelo clássico de crescimento da resistência
com a idade recomendado pelo
fib Model
Code 2010
, é:
onde s=0,20 para os HPC, s=0,25 para os concretos
normais ou correntes e s=0,38 para os concretos
com adição de pozolana ou escória de alto forno em
teores superiores a 30% da massa de clínquer.
Em princípio, considerando-se os cimentos atuais,
qualquer concreto com relação a/c ≤ 0,50 atingirá
resistência superior a 20MPa aos 3 (três) dias de idade,
ou seja, para tais concretos, esmero nas operações de
cura não se justificamapós atingirema idade de 3 dias.
5. A cura segundo o
American Concrete Institute ACI
É próprio do ACI (
American Concrete Institute.
Manual of Concrete Practice, Part 2, 2012
) oferecer
um conjunto de procedimentos complexos e extensos
para serem cumpridos em obra, dando sempre
muita importância à qualidade da execução.
No caso, o ACI 318-11,
Building Code
Requirements for Structural Concrete, chapter
5, item 5.11 Curing
, recomenda que, em geral, os
concretos devem ser curados apropriadamente
até que atinja 70% de sua resistência especificada
(conceito similar ao de
f
ck
), mas adverte que
em certos casos onde a durabilidade seja muito
importante, a cura pode durar ainda mais tempo.
O ACI 318-11 também se remete a outros
documentos, indicando que a cura correta
do concreto deve considerar, no mínimo,
os
seguintes
procedimentos,
apresentados
de forma sucinta:
1. ACI 308.1-11 Specification for Curing
Concrete. ACI 308R-01 Guide to Curing
Concrete
, que recomenda que os concretos
correntes devam ser mantidos úmidos/saturados
durante 7 dias e sempre em temperaturas acima de
10ºC. No caso de HPC, podem ser assim mantidos
por apenas 3 dias. No caso de uso de cura térmica,
introduzem o conceito de maturidade;
1,2,3,4,5,6,7,8 10,11,12