ALCONPAT Int.
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Boletín Técnico 08
qualidade e durabilidade das estruturas de concreto,
a qual é inicialmente controlada pelas propriedades
das camadas superficiais dos elementos estruturais
moldados com esse concreto
(Positieri, 2008).
Secagens prematuras resultam em camadas
superficiais porosas com baixa resistência ao ataque
dos agentes agressivos e facilmente fissuráveis.
Amparado na tecnologia do concreto, os
especialistas têm conseguido produzir concretos
cada vez mais resistentes e mais duráveis, que
são utilizados na construção de estruturas capazes
de superar os desafios de sustentabilidade deste
milênio, construindo estruturas de vida útil superior
a 120 anos, viabilizando construir mais e utilizar
cada vez menos matéria prima, para continuar
crescendo de forma ordenada e sustentável
(Helene, 2007)
.
Estes novos concretos, além de se mostrarem
tecnicamente
mais
eficientes,
apresentam
vantagens econômicas quando se analisa o custo da
estrutura de forma holística, ou seja, comparando-
se, não o valor unitário do m³ de concreto, e sim à
quantidade de materiais utilizados para produzir
uma peça capaz de suportar uma carga pré-
determinada por certo número de anos de vida
útil
(Levy, 2001)
.
Tais concretos, conhecidos por HPC
(High
Performance Concrete)
quando utilizados, permitem
diminuir o número de pilares nos subsolos, bem
como a altura das vigas, aumentando assim o
número de vagas disponíveis nos estacionamentos,
e gerando estruturas sustentáveis, técnica e
ecologicamente corretas.
Para elucidar esse fato, apresenta-se o exemplo
do edifício e-Tower construído em São Paulo, em
2002/2004
(Hartmann, 2003).
Nele a seção transversal dos pilares,
originalmente com 0,90m x 1,00m, foi projetada
em concreto com
f
ck
= 40MPa, e posteriormente,
utilizando um concreto com
f
ck
= 80MPa, a
seção transversal destes pilares foi reduzida
para 0,60m x 0,70m.
Analisando essa estrutura holisticamente,
Hartmann, (2003) & Helene, (2007) concluíram
que houve uma redução de recursos utilizados na
estrutura construída com o concreto de 80MPa
em relação a estrutura projetada em concreto de
40MPa, da ordemde: cimento 20%, areia 70%, pedra
britada 70% e água 50%, sem falar da redução de
formas, armadura, e ganhos de espaço.
Como os HPC, via de regra, apresentam
f
ck
60MPa, também apresentarão maior consumo
de cimento por m³ e menor relação a/c, muitas
vezes inferiores a 0,30, dando a falsa impressão
de que são menos ecológicos e que exigem
mais cuidados de cura.
Nesses casos, será ou não necessário cuidados
especiais de cura? Serão diferentes dos casos de
concreto correntes? Pode haver uma regra ou
orientação geral ou cada caso será um caso?
Neste artigo, além de responder a esta questão,
demonstra-se a importância do tipo de cimento e
da relação a/c na definição científica dos prazos
mínimos de cura quando a intenção é unicamente
obter resistência à compressão.
2. Conceitos básicos
Na
sequência
apresentam-se
alguns conceitos básicos com o intuito
2.1 Hidratação do cimento
É a reação química do cimento com a água,
gerando produtos que possuem características
de pega e endurecimento. Segundo
Metha &
Monteiro (2008)
essa reação ocorre em duas
fases sequenciais:
l
Dissolução - precipitação
, com a dissolução
de compostos anidros em constituintes
iônicos
g
formação de hidratos na solução,
devido a pouca solubilidade
g
precipitação
de cristais.
l
Topoquímico
ou
hidratação
em
estado sólido do cimento, as reações ocorrem
de facilitar o entendimento deste tema.
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