Cura do concreto
Paulo Helene & Salomon Levy
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2. ACI 306.1-90 Standard Specification for
Cold Weather Concreting. ACI 306R-10 Guide
to Cold Weather Concreting,
que recomenda
que se evite concretar em temperaturas abaixo de
5ºC, e chama atenção para se evitar que a água do
concreto congele;
3. ACI 305.1-06 Specification for Hot Weather
Concreting. ACI 305R-10 Guide to Hot Weather
Concreting,
que recomenda uma série de cuidados
extras para evitar a evaporação precoce e danosa
da água de amassamento do concreto.
5. A cura segundo o
fib Model Code 2010
A cura do concreto está referenciada no Chapter
8, Construction, item 8.6.3 Curing:
Todo concreto deve ser curado e protegido nas
suas primeiras idades, para:
l
Minimizar a retração plástica;
l
Assegurar adequada resistência superficial;
l
Assegurar adequada durabilidade frente à
agressividade do ambiente;
l
Proteger contra concretagem em clima quente;
l
Proteger contra congelamento precoce;
l
Proteger contra desgaste impacto superficial
Recomenda em seguida que sejam respeitadas as
regras e procedimentos de bem construir constantes
da ISO 22966, que especifica 4 procedimentos
distintos de cura, com duração desde 12 horas
(cura acelerada) a 70% da resistência característica
aos 28 dias.
Recomenda ainda que exista uma
“Especificação
da Execução”,
algo como um
“Projeto de Execução”
,para cada estrutura, e que a cura esteja bem
definida nesse documento e na tabela de preços
(previsão orçamentária) da obra.
Considerações finais
Segundo
Aïtcin (2000)
“... a superfície do
concreto é sempre a primeira linha do ataque do
ambiente sobre uma estrutura. Caso tenha ocorrido
um enfraquecimento superficial devido à cura
inadequada isto pode ser crítico para a durabilidade
da estrutura. Assim é sempre importante avaliar o
risco que se assume, enfraquecendo-se a superfície
do concreto, por uma cura inadequada”.
Os efeitos negativos de uma cura inadequada
não são percebidos a olho nu e muitas vezes não
são devidamente compreendidos por aqueles
engenheiros com pequeno conceito de durabilidade.
A maioria dos problemas gerados (porosidade,
fissuras, corrosão precoce das armaduras, redução
de rigidez, redução do isolamento acústico e
térmico, falta de estanqueidade, poeira excessiva
em pavimentos, descolamentos de pisos aderidos,
e outros) só vão se manifestar anos depois e vão,
principalmente, infernizar a vida dos usuários
(Helene, 1988, 1997; Husni, 2003).
Daí a importância de se cumprir com as regras
de bem construir, mesmo que estas, a curto ou
imediato prazo, não demonstrem seu benefício.
Cabe ressaltar que para obter o maior incremento
de resistência e a melhora das propriedades de
um concreto através das operações de cura, estas
deverão se programadas e planejadas desde o
inicio da obra, principalmente com disposição de
pontos de água, aquisição de manta, aquisição de
máquinas aspersoras de spray, etc.
Concluindo:
• Na grande maioria dos casos é necessário,
suficiente e fundamental, manter a cura adequada
até que o concreto estrutural ou de pavimento (piso)
atinja 20MPa;
l
A cura úmida deve ser mais demorada em
concretos de baixa resistência que em concretos
do tipo HPC. Ironicamente, as obras que mais
necessitam das operações cuidadosas de cura são
as que menos as recebem (pequenas obras com
concretos de relação a/c elevada);
l
Infelizmente, os componentes estruturais
que mais necessitam de cura, como pilares, vigas
de transição e vigas em geral, são os que menos a
recebem. É prática usual curar somente a parte
superior das lajes. Não curar pilares, vigas e
paredes somente se justificariam se as fôrmas
fossem mantidas pelos prazos prescritos, impedido
a evaporação da água de amassamento do concreto;
l
Para os concretos de elevado desempenho
1,2,3,4,5,6,7,8,9 11,12